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Discordo da recomendação preliminar da CONITEC à incorporação das insulinas análogas de ação rápida para o tratamento de Diabetes Mellitus Tipo 1

 

f2f0c-11390015_649576135176608_5930290605139075509_n           Este é a minha opinião e minha experiência com relação às insulinas análogas de ação rápida expressas no formulário da Consulta Pública que está aberta até 29 de setembro. Espero que todos as pessoas com diabetes possam também expressar sua opinião com relação a este assunto. A CONITEC declarou não ser favorável e você? Concorda?

Eu não!

Dê sua opinião também! Participe!

http://formsus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=28118

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“Meu nome é Sheila Vasconcellos, tenho 46 anos e há 31 anos recebi o diagnóstico de diabetes tipo 1. Iniciei o tratamento com insulina basal NPH e a rápida Regular aos 15 anos, em 21/06/1985. Passei a maior parte da minha vida usando esta terapia e tive vários episódios de hipoglicemias antes do almoço e durante a noite. Minha hemoglobina glicada oscilou durante todo este tempo com a doença chegando a alcançar 10,60% em janeiro de 1988 e 9,6% em abril de 1999.

Nunca cheguei perto do 7%, valor considerado ideal para o controle do diabetes, com outra insulina senão com a substituição do meu tratamento para as insulinas análogas no final de 2009. Esta troca aconteceu por recomendação médica após uma queda em janeiro deste ano de uma altura de 2 metros devido a uma hipoglicemia severa assintomática ao meio dia, ocasião em que fraturei o tornozelo esquerdo gravemente tendo que operar e colocar placa e parafusos. Este evento me deixou em recuperação por 10 meses em 2009, período em que fiquei licenciada por acidente de trabalho e a partir deste momento, vi que precisava evoluir no tratamento para evitar que outros episódios não se repetissem.

Antes que o pior ano da minha vida acabasse, eu já estava usando as análogas e minha vida melhorou muito a partir do momento em que comecei a usar as insulinas análogas Glargina(Lantus) e Lispro(Humalog). Finalmente consegui melhorar meu tratamento, com uma insulina mais rápida no início da ação, mais avançada, mais moderna e que permitia maior flexibilidade na hora de almoçar, pois como eu trabalhava numa instituição financeira, durante este tempo sempre aparecia um imprevisto que me impedia de sair para almoçar e, então, eu tinha uma hipo. Com a Humalog eu não precisaria esperar mais nada para começar a comer. E assim foi com um controle da glicemia e uma melhoria da qualidade crescente.

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Atualmente uso a bomba de insulina e com este novo avanço no tratamento uso somente a insulina análoga lispro que age quase que imediatamente e que com o uso da bomba e sua adequada programação tem me feito crer que terei ainda muitos anos produtivos de vida, com maior controle sobre a doença, menores riscos de complicações, hemoglobina glicada no primeiro ano com a bomba,usando somente a insulina análoga ultra rápida para basal e correção, de 6,5%. Isso é realmente fabuloso.

Creio que os custos da incorporação desta insulina compensam todos os demais gastos que podem vir com as consequências de hipos severas que podem resultar até mesmo em morte do próprio paciente ou de terceiros e com as complicações pelo mau controle desta doença crônica silenciosa e de longa duração. Tenho 31 anos de diabetes e, agora, com as análogas, sinto que tenho as melhores condições de continuar a viver e aproveitar meu tempo com minha família e amigos, e ainda, doar minha energia para ajudar outras pessoas a encontrar seu caminho para o controle e para a realização dos seus sonhos. E termino meu depoimento com um trecho do próprio juiz que deferiu a meu favor por ocasião do pleito para a Insulina Análoga:

            “Trata-se de prestigiar a vida através de mecanismos de solidariedade social que distribuam entre toda a coletividade o fardo de manter e curar aqueles integrantes da comunidade que não possuem condições econômicas para fazê-lo.      Não se pode, portanto, simplesmente, condenar à morte cidadãos que não dispõem de recursos com argumentos sobre a natureza ou o custo do medicamento. O Poder Público com sua omissão propicia a descontinuidade do tratamento, numa permanente demora para com o cidadão, de todo interessado, assim, em se munir de título executivo judicial.”

            Ou seja, precisamos privilegiar a vida e não o orçamento. Precisamos garantir que a boa gestão dos recursos públicos nos proporcione um melhor tratamento para todos nós diabéticos em todo o Brasil! Sou a favor que o SUS inclua as insulinas análogas rápidas em sua lista de medicamentos SIM!”

 

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